A influenciadora famosa pelo apoio a Jair Bolsonaro e por representar as lésbicas de direita foi encontrada morta após cair do 5º andar do prédio onde morava no bairro do Campo Belo, em São Paulo. Antes da queda, ela fez alguns posts. “Perdi a guerra”, afirmou. “Me perdoem por causar toda essa dor aos que me amam! Se cuidem por aqui. Eu tentei.” Frequentadora de uma igreja evangélica, Karol se submetia a um processo para supostamente deixar de ser LGBT.
Em seu programa ‘Os Tremas nos Us’, no YouTube, Tiago Pavinatto reforçou a crítica à pseudoterapia de reorientação sexual chamada popularmente de ‘cura gay’.
“Para alguém que se sabe sofrer de depressão, é como um médico que tem um antibiótico que cura, sabendo que aquela pessoa tem alergia, ministra esse medicamente sabendo que pode matá-la. A minha crítica é sobre a irresponsabilidade, a desumanidade, a crueldade daqueles que oferecem uma terapia cujo único resultado conhecido é o agravamento de depressão a depressivos”, afirmou.
Pavinatto revelou ter constatado a fragilidade emocional de Eller ao conversar com ela recentemente. “Aos muitos: eu falei com a Karol na semana passada. Ela chorou ao dizer que estava fracassando em reprimir seu desejo por mulher. Claro: as terapias de reorientação sexual são sessões de tortura mental. Em 90% dos casos levam a quadro de ideação suicida. Em 100% dos casos agravam quadros de depressão”, postou no X.
Em outra mensagem na internet, o comunicador fez um apelo. “Não misturem política com religião. Quem faz isso é fanático (um Hamas soft) e não conservador”, postou. Pavinatto defendeu o encorajamento pela vida. “Quem é religioso sabe: suicídio não traz paz”.
O jornalista recorreu a um conhecido apóstolo para mostrar que a ‘cura gay’ inexiste até mesmo na Bíblia. “Paulo de Tarso mostra que o único caminho correto é a castidade. Em nenhum momento se diz reorientação. Até mesmo porque, se isso fosse possível, Jesus teria reorientado homossexuais em seu tempo. Ou não teria?”
O Conselho Federal de Psicologia, por meio da Resolução nº 01/1999, proíbe os psicólogos de considerar a homossexualidade como doença e aplicar qualquer tipo de terapia de reorientação sexual. Em 1991, a Organização Mundial da Saúde (OMS) excluiu a homossexualidade da classificação de doenças. A Ciência entende como orientação sexual, que independe da vontade do indivíduo, e não opção sexual.
Em caso de sofrimento emocional, como pensamento suicida, a pessoa pode ligar gratuitamente para o 188, telefone do CVV (Centro de Valorização da Vida). Voluntários capacitados estão disponíveis 24 horas para ouvir e aconselhar. Recomenda-se a busca de um profissional de saúde mental, como psicólogo, psiquiatra e psicanalista, a fim de tratar sintomas e causas.