O Relatório Mundial sobre Drogas 2022, do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC), mostra que cerca de 284 milhões de pessoas — na faixa etária entre 15 e64 anos — usaram drogas em 2020, 26% a mais do que dez anos antes. Os números também preocupam no Brasil. De acordo com o Ministério da Saúde, o Sistema Único de Saúde (SUS), em 2021, registrou 400,3 mil atendimentos a pessoas com transtornos mentais e comportamentais devido ao uso de drogas e álcool. A maior parte dos pacientes é do sexo masculino com idade de 25 a 29 anos.
Diagnóstico
A dependência de drogas lícitas ou ilícitas é considerada uma doença pela Organização Mundial da Saúde (OMS). O médico do trabalho Gustavo de Almeida explica que o diagnóstico e a gravidade do transtorno por dependência são avaliados dentro de quatro categorias:
— A droga passa a ocupar um espaço central na vida do indivíduo, que não consegue conter o vício, afetando sua vida psíquica, emocional, física e, consequentemente, social e financeira. O dependente químico tende a apresentar a compulsão pelo uso da droga, sintomas de abstinência, necessidade de doses crescentes para atingir o efeito inicial, falta de controle sobre a quantidade do uso e abandono de atividades como lazer, convívio social, esportes etc — detalha.
O médico menciona ainda que no lugar de denominações como “adicção”, “abuso” e “dependência”, atualmente prefere-se o termo “transtorno por uso de substâncias”, pois contempla um padrão patológico de comportamentos em que os pacientes continuam a usar uma substância, apesar de experimentarem problemas significativos relacionados ao uso.
Gustavo também esclarece que mesmo drogas com proximidade à origem vegetal — como maconha, cafeína, cogumelos alucinógenos, folha de coca — possivelmente contém uma mistura de elementos psicoativos que podem levar ao uso abusivo e, consequentemente, ao transtorno.
Ajuda
O SUS garante o atendimento e acompanhamento para quem tem qualquer tipo de dependência química, em qualquer idade. A Atenção Primária à Saúde (APS) é a porta de entrada e tem papel fundamental na abordagem desses pacientes. A rede também conta com centros especializados nesse tipo de atendimento, como o Centro de Atenção Psicossocial (CAPS). Para quem deseja atendimento na rede particular, Gustavo orienta buscar a ajuda de um profissional de saúde, médico ou psicólogo.
No Senado, o Serviço de Saúde Ocupacional e Qualidade de Vida no Trabalho (SesoQVT) tem espaços de acolhimento com atendimento multidisciplinar. Se precisar, entre em contato pelo telefone 3303.1346 ou mande e-mail para sesoqvt@senado.leg.br. Conheça também a cartilha de orientação para gestores e oriente-se sobre o manejo de situações relacionadas ao consumo de substâncias psicoativas no ambiente de trabalho.
Fonte: Intranet