Uma escola de Anápolis (GO) está sendo investigada após uma palestra de uma suposta ex-transsexual ter como tema “cura gay”. Um dos alunos que denunciou o caso contou à polícia que a palestrante dizia aos alunos que “a vida dela estava fadada à condenação, à morte, não se sentia feliz e aceita. Falou que a única solução é ‘destransicionar’, aceitar a identidade de gênero biológica, ir pra igreja, ser cristão, casar com sexo oposto, ter filhos e uma família tradicional”, as informações são do G1.
A palestra aconteceu no início deste ano, no Centro de Ensino em Período Integral (Cepi) Doutor Mauá Cavalcante Sávio, mas o caso veio à tona recentemente. A Polícia Civil (PC) investiga o caso e, o Ministério Público de Goiás disse que também vai apurar. A a igreja cujo pastor palestrante pertence informou que as acusações são falsas, mas que o pastor elucidaria melhor os fatos em um posicionamento oficial.
A atual direção do colégio informou que o grupo da igreja fez três encontros na unidade para tratar de temas relacionados à saúde mental, com aval da gestão da época e que o termo “cura gay” não foi usado, mas o depoimento de uma palestrante incomodou os jovens devido ao teor das falas: “A escola não compactua com qualquer fala que faça acepção de pessoas por orientação sexual, identidade de gênero, manifestação religiosa ou cor de pele”, finalizou a direção.
A série de palestras começou com assuntos relacionados à saúde mental, mas no último dia os comentários preconceituosos foram feitos e os alunos, que têm entre 13 e 17 anos, ficaram abalados e se sentiram humilhados: “Alguns alunos disseram se sentiram incomodados porque são LGBTs no processo de formação. Na cabeça dessas crianças, elas estão vivendo numa questão de dificuldade de aceitação na família, na sociedade, em desenvolvimento da sua identidade de gênero”, explicou o advogado que está cuidando do caso.
Ao g1, ele disse que um estudante, que se identifica como homem trans, tinha pensamentos autodestrutivos, intensificados após o evento: “Ele relatou pra um colega que depois dessa palestra teve certeza que deveria morrer para que Deus aceitasse ele e tinha salvação e se ela morresse, que Deus viria aceitar a alma dele se ele ainda não tivesse feito a transição”, detalhou. Após a série de denúncias por parte de alunos, alguns pais relataram que os filhos mudaram o comportamento em casa após a palestra, de acordo com o membro da OAB Goiás.