Quatro homens foram presos depois que o corpo de um outro rapaz foi exumado e incendiado no Senegal. O corpo de Cheikh Fall, de 31 anos, enterrado na última sexta-feira (27/11), foi queimado nas ruas de Kaolack, cidade do país da África Ocidental.
Segundo informações do portal Pink News, a família de Fall teria tentado organizar um enterro na cidade vizinha de Touba – uma cidade sagrada da irmandade islâmica Mouride, mas depois que as autoridades rejeitaram a ideia devido à suposta sexualidade de Fall, a família foi forçada a enterrá-lo mais perto de sua casa. Depois que membros da comunidade local se opuseram novamente, um enterro secreto foi realizado no cemitério Léona Niassene em Kaolack, relata o portal. No entanto, apenas um dia depois, o corpo de Fall foi exumado e incendiado por populares.
Imagens de uma grande multidão reunida em torno do corpo chocaram o país predominantemente anti-LGBTQ+, que é considerado um dos piores lugares para ser homossexual no mundo. “Estes atos extremamente graves, que equivalem à barbárie, desafiam as autoridades e não podem ficar impunes”, disse o chefe do Ministério Público de Kaolack, Abasse Yaya Wane, em comunicado.
No Senegal, a atividade entre pessoas do mesmo sexo é ilegal tanto para homens como para mulheres, com penas de até cinco anos de prisão. Em Maio, um homem americano que visitava o Senegal foi brutalmente atacado por uma multidão de quase 100 pessoas, no que é considerado um ataque homofóbico. Um vídeo mostrando o homem, seminu, descalço e sangrando, cercado por uma multidão enfurecida e desfilando pelas ruas enquanto gritavam insultos homofóbicos.
Acredita-se que o homem tenha sido alvo dos ataques por causa da forma como estava vestido. A multidão o levou até a delegacia enquanto gritava: “Vamos matá-lo antes que a polícia chegue. Ele não merece viver”.