Ao podcast "Cara a Cara", apresentado por Luan Poffo e Jade Odara, o cantor Johnny Hooker abriu o coração e destacou desafios e triunfos que encontrou ao longo do caminho
O cantor e compositor pernambucano Johnny Hooker, 36, conhecido por sua atuação marcante no cenário musical LGBTQIA+ com hits como “Flutua” e “Amor Marginal”, ofereceu uma visão profunda sobre sua carreira e vivências pessoais ao podcast “Cara a Cara”, apresentado por Luan Poffo e Jade Odara.
Entre nuances de sua jornada artística e ativismo LGBT+, o músico recifense abordou um episódio controverso que captou a atenção nacional, quando o prefeito de Boa Vista, Arthur Henrique (MDB), cancelou o show de Hooker na cidade após a ressurgência de um vídeo de 2018 nas redes sociais. No vídeo em questão, Johnny protestava contra o cancelamento de uma peça teatral que retratava Jesus com uma atriz trans no papel principal. “E o prefeito resolveu cancelar o nosso show porque o estardalhaço foi causado por um deputado federal de Roraima, que está como pré-candidato à prefeitura também. Foi, portanto, um jogo político. Depois disso, tudo foi muito lindo, pois Duda Beat, Xamã e Emicida fizeram um discurso lindo me defendendo no evento. Mas, mesmo assim, não existe discurso que repare essa injustiça. Por isso, estamos acionando todos os recursos legais possíveis para reparar essa injustiça. Se conseguirmos vencer o processo, nossa intenção é ajudar ONGs LGBTQ+, grupos de mães, entre outros, promovendo ações educativas. Afinal, se a prefeitura, que deveria educar as pessoas, não consegue fazê-lo, às vezes precisamos forçar a conscientização no Brasil, por bem ou por mal”, compartilhou o músico, revelando as complexidades e os obstáculos na trajetória de um artista que usa sua voz para desafiar o Status quo e expressar livremente sua arte.
No decorrer da conversa, o artista também salientou seu apreço pela privacidade e destacou preferência por um respeito maior ao espaço individual, aspecto que ele observa ser menos valorizado no contexto social brasileiro. “Gente, eu sou a pessoa menos fofoqueira do mundo. Assim, eu acho que todo o mundo tem que ter seu espaço pessoal, eu amo o espaço pessoal, eu amo culturas que têm espaço pessoal. Eu estava vendo uma série sobre o Japão. Lá, a pior coisa que você pode fazer na sua vida, é incomodar a outra pessoa. Porque o brasileiro, ele não tem nenhum pudor em incomodar as outras pessoas. Então eu não gosto de ficar fazendo fofoca, não gosto de fofocar da minha vida, não gosto de fofocar da vida dos outros. Pode perguntar para a minha produtora […] E aí, às vezes, eu acho que também passam do ponto [com as fofocas]”, expressou Hooker.