LGBTQIA+ ainda não conseguem ser eles mesmos no trabalho, aponta novo estudo.
Mesmo em 2023, as pessoas LGBTQIA+ ainda escondem o seu verdadeiro eu no local de trabalho, afirmou um novo estudo da Deloitte.
O relatório, intitulado “Descobrindo a cultura: um apelo à ação para os líderes”, entrevistou mais de 1.200 trabalhadores adultos nos EUA sobre se eles “cobrem” no trabalho. Por lá, “cobrir” significa minimizar partes da sua identidade para se adequar à cultura dominante. A maioria das pessoas fazem cobertura por algum motivo ou outro, e para pessoas LGBTQIA+, isso significa esconder aspectos de seu gênero ou sexualidade. Segundo o estudo, 69% dos entrevistados não heterossexuais relataram a necessidade de cobertura no trabalho, assim como 68% das pessoas trans e não binárias.
“Embora eu nunca tenha fingido ser hétero, tentei aprofundar minha voz, subestimei quaisquer hobbies ou interesses que parecessem ‘muito gays’ e raramente falava sobre meu parceiro ou o convidava para eventos de trabalho”, disse um entrevistado da pesquisa. “Estou num relacionamento entre pessoas do mesmo sexo, que mantenho escondido usando termos como ‘cônjuge’ em vez de ‘esposa’”, disse outro.
“Eu me abstenho de falar sobre assuntos estereotipados como ‘gays’, como música pop”, disse um terceiro. “Evito falar sobre minha vida/história romântica pessoal com meus colegas de trabalho para evitar qualquer possível desconforto que eles possam sentir ao falar sobre homossexualidade”. “Nem sempre defendo a comunidade LGBTQ quando ouço algo negativo ser dito porque não [quero] estigmatizar-me”, relatou outro participante do inquérito.
Para enfrentar esta crise no local de trabalho, o relatório também estabelece medidas para os líderes fazerem com que os seus funcionários se sintam confortáveis sendo eles mesmos. Recomenda que os chefes examinem e identifiquem a “cobertura” nas suas próprias equipes e na demonstração de autenticidade, além de trabalharem para se tornarem aliados ativos.