Um funcionário da Embrapa Algodão em Campina Grande denunciou, pelo Instagram e através de boletins de ocorrência, um outro funcionário da empresa, identificado como Ernani Vidal, que ofereceu R$ 300 para quem alguém o estuprasse. A situação foi tornada pública pela vítima, Cherre Sade Bezerra da Silva, na última sexta-feira (19/01).
Presidente nacional da Comissão Permanente de Prevenção e Combate ao Assédio Moral (CPPCAM) na Embrapa, Cherre informou que sofre com episódios de homofobia dentro da empresa há alguns anos, mas que a situação se intensificou nos últimos dois anos. Segundo informações do G1, no mês de outubro de 2023, a vítima recebeu, por engano, um áudio de um dos suspeitos de praticar homofobia contra ele – áudio este que seria enviado para outro colega da empresa que também teria praticado homofobia. Na gravação, ele é chamado de “praga” e “viado”.
Conforme consta no Boletim de Ocorrência registrado na Polícia Civil em 12 de outubro de 2023, o suspeito disse a outro colega a respeito sobre o pesquisador: “Pede pra ele encher a caixa de Cherre lá, porque aquela praga tá enchendo o saco. […] O resta tá tudo beleza: já coloquei água lá no laboratório daquele filha da p*… Eu, eu…Se eu gostasse de viado eu ia torar ele… É porque eu num gosto, tá certo”, disparou um dos suspeitos.
“Além do áudio aqui exposto, recentemente recebi um vídeo de um dos agressores oferecendo 300 reais numa roda de ‘machos’ para aquele que viesse me estuprar. Um deles sugere que isso seja feito por aquele que tem o pa* maior”, denunciou a vítima no Instagram. Cherre explicou que os dois suspeitos de praticar homofobia foram ouvidos pela chefia geral da empresa, e que ambos receberam advertência verbal. Ao questionar a punição, Cherre diz que ouviu da chefia: “que tratam-se de dois pais de família que não podem correr o risco de perder o emprego”.
Além dos dois suspeitos de praticar homofobia contra Cherre, a vítima informou que está, também, denunciando toda a chefia da Embrapa. Em nota ao G1, a empresa explicou que “ao receber a denúncia de homofobia, instaurou processo disciplinar e também emitiu mensagem aos empregados, repudiando qualquer tipo de discriminação no ambiente de trabalho, independentemente de origem, gênero, orientação sexual, religião, raça ou qualquer outra característica pessoal”.