A repressão do presidente russo, Vladimir Putin, à comunidade LGBTQIA+ do país registrou suas duas primeiras vítimas na semana passada. No ano passado, o Supremo Tribunal russo declarou o indefinido “Movimento Social LGBT Internacional” uma organização extremista que alegadamente opera para corromper valores sociais tradicionais dentro das suas fronteiras. Uma série de ataques e prisões seguiu-se desde à declaração.
Na última quinta-feira (01/01), por exemplo, um homem identificado como Artyom P. se declarou culpado por postar a foto de uma bandeira do Orgulho nas redes sociais russas, de acordo com o serviço de imprensa do tribunal. “Na audiência, o homem admitiu culpa pela prática de uma infração administrativa, arrependeu-se, explicando que afixou este símbolo ‘por estupidez’”, dizia o comunicado. “Por cometer este delito, por decisão do Tribunal da Cidade de Volzhsky, Artyom P. recebeu uma sanção administrativa na forma de multa administrativa no valor de 1.000 rublos.”
Num caso separado e mais grave, uma mulher identificada como Anastasia Ershov pelo site de notícias russo independente Zona Media foi condenada a cinco dias de prisão pelo crime de usar brincos de sapo com as cores do Orgulho. O crime foi revelado num encontro gravado em vídeo com um homem que se opôs aos seus brincos, ocorrido no dia 29 de janeiro. “Vamos, tire a bandeira, vadia”, diz o agressor no vídeo.
O tribunal ouviu que os investigadores russos determinaram que cada brinco representava um sapo sentado sob um cogumelo. Embora se tenha descoberto que o cogumelo usava as cores aprovadas de vermelho e branco, o sapo estava estampado com barras das sete cores usadas na bandeira do Orgulho e era, portanto, propaganda extremista ilegal.