Com o aumento do número de casos em todo o Brasil, o alerta é para o cuidado com tipos específicos de medicamentos.
É um dos maiores perigos desta época do ano: chove durante um dia inteiro e, em seguida, o tempo passa alguns dias quente e abafado. A combinação é perfeita para a proliferação do mosquito Aedes Aegypti, transmissor da dengue, zyka e chikungunya.
Na região sudoeste do Maranhão, os números não são tão altos, mas o alerta é grande porque, de acordo com o Centro de Meteorologia da Universidade Estadual do Maranhão, março será o mês mais chuvoso de 2024, intercalando com períodos de sol.
As regionais de saúde de Imperatriz e Açailândia são as maiores desta parte do estado e compõem juntas mais de 20 municípios. Os números considerados oficiais são baixos, em relação às outras regiões. Em Imperatriz, por exemplo, desde janeiro, foram 5 casos de dengue confirmados, 2 de zyka e 1 de chikungunya. Entre os casos de dengue, 2 foram hemorrágicos, a forma mais grave da doença.
A dona de casa Francisca de Assis Vieira é moradora do bairro Nova Imperatriz, local da cidade onde mais casos foram registrados no ano de 2023, quando a cidade teve mais 470 notificações. Ela ficou internada 15 dias por causa da dengue hemorrágica e precisou de transfusão de sangue: “Foi muito triste ficar no hospital. Eu me sentia muito fraca, só fui melhorando depois que o Dr. conseguiu descobrir o que eu tinha mesmo, que era dengue. Aí me deu os remédios e fui melhorando”, lembra sobre o período do tratamento.
A idosa de 65 anos diz ainda que demorou a procurar ajuda porque ficou tomando remédios em casa, o que é um grande risco. A farmacêutica, coordenadora do curso de farmácia da Wyden e professora do IDOMED, Rayssa Castro Bueno, faz o alerta quanto à automedicação, já que alguns remédios são contraindicados em caso de suspeita de dengue.
“A automedicação é o ato de as pessoas tomarem medicamento sem a devida orientação médica ou farmacêutica. A dengue é uma doença que pode causar complicações graves caso sejam usados os medicamentos contraindicados. Eles podem favorecer a ocorrência de episódios hematológicos, como a dengue hemorrágica, e outras complicações”, explica.
A especialista classifica ainda as classes dos analgésicos, anti-inflamatórios, antibióticos e até antiparasitários e corticóides como pontos de atenção, já que alguns desses remédios tendem a ser usados para o alívio dos sintomas comuns da doença, como dor e febre.
“Por isso, é sempre importante buscar um profissional para buscar as medicações corretas. A automedicação pode aumentar os riscos de dengue hemorrágica”, completa a especialista.
DICAS DE COMBATE À DENGUE:
Evite deixar recipientes com água parada. Pelo menos uma vez por semana, limpe os quintais, vasos de plantas e todos os dias organize o lixo para que não fique espalhado. Até uma tampinha de refrigerante pode ser um criadouro do mosquito. A limpeza de calhas e caixas d’água também é fundamental.
Por Mônica Brandão.