Marina e o marido Márcio contaram em 2020 para os filhos que eram adeptos do swing
Imagem: Jaiel Prado Fotografia
Mãe de dois filhos, Marina Rotty, 46, frequentava a Igreja Adventista do Sétimo Dia quando decidiu experimentar uma nova modalidade no relacionamento com o marido: o swing. Ela e Márcio, 51, juntos há 25 anos, embarcaram em uma jornada que ficou por muito tempo às escondidas.
A Universa, Marina conta como foi revelar aos filhos adolescentes que os pais são adeptos do swing há sete anos: "Tive medo, achei que poderiam sair de casa."
'Voltamos com muito tesão'
O casal tinha curiosidade de experimentar o swing. "A gente achava que era um casal bem resolvido. Nosso filho mais novo tinha seis meses e estávamos em processo de retomada da intimidade do casal. Resolvemos testar uma casa de swing, por curiosidade, e na volta ficamos com muito tesão um pelo outro. Como teve benefício para o relacionamento, começamos a frequentar outras vezes. Com isso, conhecemos outras pessoas do meio liberal e entendemos que se tratava muito mais de uma filosofia de vida do que apenas sexo.
Marina e Márcio começaram a viver uma "vida dupla". "Além de a gente ser tradicional, monogâmico, éramos religiosos. Frequentávamos a igreja Adventista de Sétimo Dia e trabalhávamos ali. Nunca falamos nada para ninguém porque tínhamos muito medo de perder o trabalho, perder a guarda dos nossos filhos, sofrer retaliação. Por isso, era como se estivéssemos vivendo uma vida dupla. Ficamos assim por mais de dez anos."
Marina criou um blog para falar sobre o tema. "Víamos a prática do amor e da bondade no meio liberal, e não tanto na igreja. Não demorou muito para que nos afastássemos. Começamos a escrever um blog sobre swing, em que eu respondia dúvidas das pessoas. Não podia entrar com meu nome normal, Eucilene, e inventei a Marina, um nome mais comum, para não ser identificada."
'Sempre falei de diversidade'
Marina conta que manteve conversa educativa com os filhos sobre o tema. "Começamos a preparar nossos filhos. Quando eram crianças, falava sobre a diversidade: que as pessoas eram variadas, tinham ideias diferentes e isso não fazia delas pessoas piores."