Um homem de 32 anos foi indiciado pela Polícia Civil de Minas Gerais após agredir e ameaçar de morte um instrutor de academia em Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte. O crime, motivado por homofobia, ocorreu no dia 27 de abril, mas só foi divulgado nesta quarta-feira (09/10). A vítima, um instrutor de 25 anos, foi atacada nas imediações de uma academia localizada dentro de um shopping, enquanto aguardava um carro de aplicativo.
Câmeras de segurança capturaram o momento em que o agressor se aproximou da vítima, sentou-se ao lado dela e a ameaçou verbalmente, dizendo: “Se você continuar me olhando, vou te quentar todo” e “Se continuar me olhando, vou te matar”. Após as ameaças, o homem desferiu dois chutes no instrutor, que conseguiu se esquivar antes de o agressor deixar o local. A vítima foi rapidamente socorrida por seguranças e frequentadores da academia.
De acordo com a delegada Mariana Schlemper, da 7ª Delegacia de Polícia Civil de Contagem, as investigações comprovaram que o crime foi motivado por homofobia. “A vítima era instrutor de uma rede de academia, portanto é função dela acompanhar e observar. Todos os instrutores faziam isso, mas o autor perseguiu apenas esse instrutor, porque se incomodou com o fato de a vítima ser assumidamente homossexual, por não aceitar que ele instrua um treino por ser homossexual”, afirma a delegada.
O agressor admitiu as agressões, mas afirmou que se sentia incomodado com o que considerou “olhares maliciosos” da vítima. A justificativa, no entanto, não se sustentou diante dos depoimentos das testemunhas. A delegada também destacou que o agressor, embora sem antecedentes criminais, já havia sido alvo de reclamações por seu comportamento agressivo. O suspeito foi indiciado pelo crime de racismo, devido à decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que equipara a homofobia ao crime de racismo. A pena pode variar de dois a cinco anos de prisão. Além disso, ele também poderá responder por ameaça e lesão corporal leve.