Desde o início da implementação da PrEP no país, em 2018, 208.204 pessoas já iniciaram o uso do método como parte de uma estratégia de saúde pública para a prevenção do HIV. Entretanto, nem todos os usuários seguem o tratamento de forma contínua. A PrEP, que é gratuita e disponível para pessoas a partir dos 15 anos de idade, integra os esforços do Ministério da Saúde para reduzir novas infecções, como tem ocorrido em cidades como São Paulo, onde houve uma redução de 48,1% nos casos novos de HIV nos últimos anos, reforçando a eficácia da estratégia.
De acordo com o painel do Ministério da Saúde, 81,2% dos usuários da PrEP no país são homens que fazem sexo com homens (HSH), grupo considerado prioritário para a prevenção. Além disso, o grupo etário entre 30 e 39 anos corresponde a 41,4% dos cadastrados, indicando que esta faixa representa a maior demanda pelo método. Este perfil de usuários reflete as prioridades estabelecidas pelo Ministério da Saúde, que busca garantir acesso à PrEP para populações-chave com maior vulnerabilidade ao vírus.
Para Alexandre Naime Barbosa, chefe da Infectologia da Universidade Estadual Paulista (Unesp) e coordenador científico da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), o avanço no uso da PrEP é essencial, mas ele ressalta que essa ferramenta é apenas uma parte de uma estratégia mais ampla de combate ao HIV. Segundo Barbosa, “A prevenção ao HIV é uma mandala, um conjunto de fatores. O aumento de pessoas em PrEP, levando em consideração que o uso correto tem quase 100% de eficácia, é com certeza um dos fatores, mas outro ponto importante é que o número de pessoas que vivem com HIV em tratamento também cresceu”.
O acesso ampliado à PrEP e o aumento do número de pessoas em tratamento são resultados de uma política pública robusta que visa não só prevenir novas infecções, mas também garantir qualidade de vida para quem já convive com o vírus. A combinação de estratégias, como a distribuição da PrEP e o incentivo ao tratamento contínuo para aqueles que vivem com HIV, fortalece a resposta do Brasil frente à epidemia.