O estudo também trouxe à tona dados interessantes sobre o consumo de pornografia por outros grupos. Surpreendentemente, 55% dos homens gays entrevistados revelaram que assistem a pornô heterossexual, desafiando a ideia de que o conteúdo consumido está sempre relacionado à orientação sexual. A pesquisa ainda mostrou que todos os entrevistados haviam assistido a algum tipo de pornô nos últimos seis meses, com a maioria acessando o material pelo computador ou celular, embora alguns ainda optem por mídias mais tradicionais, como DVDs ou TV a cabo.
O que chama atenção é que, dentro dos conteúdos preferidos, há uma variedade impressionante de temas e fetiches, como bondage, sadomasoquismo, tortura e até sounding, uma prática de penetração de objetos na uretra. Segundo Ian Kerner, terapeuta sexual de Nova York, “o pornô que a pessoa assiste nem sempre está relacionado às suas preferências sexuais ou orientação”. Ele complementa afirmando que esse tipo de conteúdo serve como uma forma de explorar curiosidades e tabus sexuais.
A curiosidade masculina, em especial, é frequentemente mencionada como uma das motivações para assistir a conteúdos mais variados. Para Kerner, isso só se torna um problema quando está ligado a um conflito mais profundo na identidade do indivíduo, como no caso de homens gays não assumidos. “Geralmente, os homens são curiosos e estão em busca de alguma variedade”, afirma o terapeuta. “E isso só é um problema para o cara quando faz parte de um conflito erótico mais profundo, por exemplo, quando o homem é gay e não assumido, ou está lutando contra um aspecto de sua identidade”.