Trabalha ao ar livre? Veja porque você precisa redobrar os cuidados com a pele.
Quem ganha o pão de cada dia sob o sol precisa estar mais atento aos riscos de desenvolver doenças
Entregadores de de aplicativos de comida, mototaxistas, vendedores ambulantes, trabalhadores rurais: a rotina de trabalho de milhões de brasileiros inclui a exposição diária aos raios solares em atividades realizadas ao ar livre. Os especialistas reforçam que quem passa o dia em contato com os raios solares precisa redobrar os cuidados com a pele, para evitar doenças e outros problemas decorrentes dessa situação.
O alerta faz parte, ainda, do “Dezembro Laranja”, uma campanha dedicada a conscientizar e prevenir o câncer de pele, causado, na maioria dos casos, pela alta exposição aos raios solares. De acordo com dados do Ministério da Saúde, o câncer de pele é o tipo mais comum em todo o país, com mais de 175 mil novos casos por ano. O câncer de pele não melanoma é o tumor maligno mais incidente no Brasil, representando mais de 30% do total de casos.
No entanto, além do câncer, diversas outras doenças podem surgir devido à falta de proteção adequada durante o trabalho ao ar livre. O médico de Família e Comunidade, pós-graduado em Dermatologia e professor da Faculdade de Medicina de Açailândia (IDOMED Fameac), Cláudio Costa Cardoso, explica que exposição ao sol, além de ser um dos fatores de risco para o câncer de pele devido à radiação ultravioleta (UV), pode alterar o DNA das células, favorecendo assim o surgimento de tumores.
O especialista destaca, ainda, que a exposição prolongada ao sol durante um dia de trabalho pode ser responsável por outras condições menos conhecidas. Entre elas, destaca-se a ceratose actínica, uma lesão pré-cancerígena caracterizada por manchas ásperas e escamosas em áreas como rosto, mãos e braços. Outra condição comum é o melasma, que consiste em manchas escuras na pele, agravadas pela exposição solar sem proteção. Há ainda a fotodermatite, uma reação inflamatória causada pela interação entre os raios UV e a sensibilidade a produtos ou medicamentos, como no caso das manchas provocadas pelo contato do limão com a pele exposta ao sol.
Minimizando os riscos
O uso de protetor solar é o método mais conhecido, mas é fundamental estar atento ao Fator de Proteção Solar (FPS) do produto. “Estudos demonstram que 30 é o FPS mínimo necessário para uma proteção adequada”, explica. Segundo ele, o ideal é utilizar protetores solares com FPS 50 ou superior, que ofereçam proteção de amplo espectro, ou seja, contra os raios UVA (responsáveis pelo envelhecimento precoce da pele) e UVB (que causam queimaduras e aumentam o risco de câncer de pele). “Então, na hora de comprar, fique atento às informações da embalagem”, orienta o médico.
E, para quem trabalha ao ar livre, é importante utilizar protetores solares resistentes à água e ao suor. “Isso garante mais eficácia durante atividades físicas ou exposição prolongada. O protetor deve ser reaplicado a cada duas horas ou imediatamente após suor intenso, natação ou secar a pele com toalha”, complementa Cláudio.
No entanto, o protetor solar, isoladamente, não é suficiente para trabalhadores com maior exposição ao sol. Por isso, o professor da IDOMED Fameac reforça algumas medidas adicionais de prevenção, como:
· Usar roupas adequadas, preferindo tecidos com proteção UV;
· Utilizar chapéus de abas largas para proteger o rosto e o pescoço;
· Adotar óculos de sol com proteção UV para proteger os olhos;
· Evitar os horários de maior intensidade solar, entre 10h e 16h;
· Manter a hidratação, já que o calor e o sol podem desidratar o corpo rapidamente, afetando também a pele;
· Ter uma alimentação rica em antioxidantes, consumindo frutas e vegetais ricos em vitamina C, vitamina E e betacaroteno, que ajudam a proteger a pele contra danos causados por radicais livres gerados pela exposição solar.