O deputado estadual Guilherme Cortez (PSOL) protocolou uma denúncia no Ministério Público do Estado do Tocantins (MPTO) contra o pastor Luiz de Jesus.
O deputado estadual Guilherme Cortez (PSOL) protocolou uma denúncia no Ministério Público do Estado do Tocantins (MPTO) contra o pastor Luiz de Jesus, da Igreja Evangélica Catedral da Família, em Palmas (TO). O parlamentar pediu que o religioso fosse investigado por LGBTfobia, após protagonizar um vídeo em que tenta submeter uma adolescente a uma “terapia de conversão sexual” durante um culto.
A gravação, que rapidamente se espalhou pelas redes sociais, mostra o pastor tentando “exorcizar” uma jovem lésbica, associando sua orientação sexual a uma “possessão demoníaca” que seria corrigida por uma intervenção divina. No vídeo, o pastor afirma que “Jesus gritou na minha alma: ‘Vai casar com homem, vai ter filhos’” e ordena que a adolescente passe a se vestir “igual mulher” após o que ele considera a expulsão de um “demônio”.
Episódios como esse não são casos isolados. As terapias de conversão sexual são práticas que têm o objetivo de reprimir a orientação sexual, identidade de gênero ou expressão de gênero de uma pessoa. Segundo a representação do parlamentar, a prática tipificada como ‘cura gay’ é vedada pela resolução nº 1999 do Conselho Federal de Psicologia, visto que a bissexualidade e a homossexualidade não constituem doença e nem distúrbio.
O deputado Cortez enfatizou que este tipo de atitude é uma forma de discriminação e violência contra a comunidade LGBTQIAPN+. “As chamadas ‘cura gay’ são sessões de torturas físicas e psicológicas promovidas por charlatões para disseminar discursos LGBTfóbicos”, declara o parlamentar. “Diante de tais situações humilhantes e discriminatórias, as vítimas submetidas a esse tipo de terapia sofrem danos irreparáveis, especialmente se essas são menores de idade”.
Este não é um caso isolado. Episódios de “cura gay” têm sido cada vez mais registrados no Brasil, e a denúncia feita por Cortez reflete a necessidade urgente de combate a essas práticas. O MPTO agora terá a responsabilidade de investigar o caso e, se necessário, responsabilizar o pastor Luiz de Jesus por crimes relacionados à LGBTfobia, buscando garantir a proteção das vítimas e a manutenção dos direitos fundamentais da população LGBTQIAPN+.