Vida de idosos LGBT+ no Brasil é foco de pesquisa da UCB; saiba como participar.
Com foco em saúde e participação social, estudo abrange Brasília, São Paulo e João Pessoa, buscando fomentar políticas públicas inclusivas
Uma pesquisa realizada pela Universidade Católica de Brasília (UCB) está investigando as condições de vida, saúde e participação social de idosos LGBT+ em Brasília (DF), São Paulo (SP) e João Pessoa (PB). O estudo faz parte do Projeto Vivacidade e Envelhecer com Orgulho, liderado pelos pesquisadores Henrique Salmazo da Silva e Maria Liz Cunha, com financiamento do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). O objetivo central do projeto é gerar dados para subsidiar políticas públicas voltadas ao envelhecimento saudável da população LGBTQIA+, historicamente invisibilizada nas estatísticas oficiais. Segundo Henrique Salmazo, coordenador da pós-graduação em Gerontologia da UCB, a ausência de informações dificulta a implementação de políticas específicas: “Sem dados, não há como fazer políticas [públicas]”.
Como será realizada a pesquisa com idosos LGBT+ A primeira fase do levantamento acontece por meio de um questionário on-line, disponível até julho de 2025. Podem participar pessoas LGB com 50 anos ou mais e pessoas trans a partir dos 40 anos. Para garantir a privacidade dos participantes, as respostas serão anônimas. O formulário pode ser acessado pelo link oficial clicando aqui. Segundo a organização do estudo, as cidades selecionadas refletem diferentes realidades sociais e culturais no Brasil. Brasília se destaca pelos dados detalhados sobre sua população LGBTQIA+ adulta, enquanto São Paulo é reconhecida por sua trajetória pioneira nas políticas públicas voltadas ao segmento.
João Pessoa, por sua vez, está entre as capitais com maior percentual de homossexuais e bissexuais declarados, segundo o IBGE, e apresenta padrões de envelhecimento distintos das regiões Sudeste e Centro-Oeste. Contexto social e desafios A pesquisa também visa dar visibilidade à população trans, cuja expectativa de vida no Brasil é de apenas 35 anos, segundo dados de organizações sociais. A falta de acesso à saúde, educação e condições dignas de vida contribui para essa realidade alarmante. Para Salmazo, compreender essas dinâmicas é crucial para propor soluções eficazes e inclusivas. “A expectativa de vida de pessoas trans no Brasil é de apenas 35 anos e o país ainda lidera os índices de assassinatos de pessoas trans no mundo. A maioria das pessoas LGBTQIA+ não alcança a velhice devido a falta de acesso à saúde, educação e condições dignas de vida”, explica. Resultados esperados Os resultados obtidos serão utilizados para propor políticas públicas, serviços e programas voltados às pessoas idosas LGBTQIA+. Além disso, estão previstas oficinas intergeracionais para promover acolhimento, educação não formal e interação entre idosos e jovens adultos LGBTQIA+.
Fonte. Gayblog