A juíza Mônica Catarina Perri Siqueira, da 1ª Vara Criminal de Cuiabá, condenou o açougueiro Vinícius dos Santos Colombo a 10 anos de prisão pelo assassinato de Elínio Pereira da Silva Ramos, ocorrido em 2022. O crime, que chocou a comunidade LGBTQIAPN+ da capital mato-grossense, foi motivado por um desentendimento após Elínio ter tentado manter relações sexuais com Vinícius, que reagiu de forma violenta. O júri popular considerou o açougueiro culpado, com as qualificadoras de motivo fútil e meio cruel, em um julgamento realizado na última sexta-feira (14/03).
De acordo com as informações do processo, Vinícius e Elínio eram amigos e dividiam a mesma residência no bairro do Porto, em Cuiabá. No dia 28 de abril de 2022, após ingerirem bebidas alcoólicas, a vítima teria tentado se aproximar sexualmente do acusado, o que gerou um desentendimento. A juíza destacou que o conselho de sentença entendeu que a tentativa de relação sexual configurou uma “injusta agressão”, que, no entanto, não justificaria a reação desproporcional de Vinícius, que desferiu 21 facadas em Elínio.
Ao proferir a sentença, a magistrada reduziu a pena inicial de 12 para 10 anos, com base no entendimento de “homicídio privilegiado”, que considera a existência de uma provocação por parte da vítima. No entanto, Mônica Perri ressaltou que a tentativa de relação sexual não justificaria a violência extrema praticada por Vinícius. “O acusado tinha conhecimento de que a vítima era homossexual e mesmo assim optou por dividir a mesma casa com ela e ingerir bebida alcoólica”, explicou a juíza.
A condenação de Vinícius, embora represente uma resposta do sistema de justiça, também evidencia a gravidade dos crimes motivados por preconceito e intolerância. O açougueiro ainda
pode recorrer da decisão, mas o julgamento já serve como um alerta para a sociedade sobre as consequências devastadoras da violência e do ódio.