O que parecia improvável tornou-se realidade na vida de Jack Wiliam e Carla Mayara. Ambos se conheceram enquanto faziam tratamento contra a dependência química no Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas (Caps AD Estadual). Depois disso, a luta contra as drogas ganhou reforço com o amor que cresceu entre os dois. Fruto desta história, o pequeno Arthur, que hoje tem três anos, é prova de que o amor sempre vence.
Jack Wiliam, de 31 anos, conta que começou a dependência aos 18 anos com a merla e logo após passou a utilizar o crack. Quando o autônomo já estava em tratamento no CAPS AD, Carla Mayara também deu entrada na unidade levada por sua mãe para realizar o tratamento.
“Assim como o Jack, também comecei com a merla aos 18 anos. Em um determinado momento, já estava pegando as coisas da minha mãe para vender e adquirir mais droga, foi quando ela me levou para tratamento, aos 30 anos”, conta emocionada a dona de casa Carla Mayara Câmara Gonçalves, hoje com 35 anos.
Ela destaca ainda que, mesmo depois do início do tratamento, ainda fazia uso de entorpecentes, foi quando começou uma amizade com o Jack William. Jack William passou um ano e seis meses em tratamento, já Carla Mayara nove meses. O relacionamento que já dura quatro anos é, segundo o casal, formado de muito companheirismo e apoio mútuo.
O casal conta que a amizade e o apoio mútuo na luta contra o vício fizeram nascer uma bela história de amor.
“Nós começamos primeiro uma amizade, onde nos apoiamos muito na luta contra o vício. E em certo dia, indo para casa, dentro do ônibus aconteceu. Começamos a namorar, ela largou definitivamente as drogas e até hoje estamos juntos, lembro exatamente desse dia, 3 de dezembro de 2016. Três meses depois do início do relacionamento amoroso, nós formalizamos a nossa união estável”, diz Jack William.
Para o diretor do CAPS AD Estadual, Marcelo Costa, a história desse casal é exemplo do trabalho realizado pela unidade há 12 anos. “Nossa função vai além da medicação, também é promover o convívio social. E quando encontramos personagens como esses é uma sensação de dever cumprido. Quer dizer que o CAPS realmente se propôs a fazer o que deve, impulsionando a pessoa a reconstruir a sua vida”, afirma.
A unidade que conta com o apoio de uma equipe multidisciplinar especializada em tratamento da dependência química, atende em média cerca de 200 a 250 pessoas por mês em diversos regimes.
“Juntos, nós nos fortalecemos, nos apoiamos e fomos fazendo a nossa torre, pedrinha por pedrinha. Hoje, podemos dizer que construímos o nosso castelo com um rei chamado Arthur, nosso filho”, comemora Jack William.
G1/MA