Dezenas de entidades LGBTQ+ e de grupos defensores de direitos humanos anunciaram neste fim de semana que vão processar na Justiça o pastor José Olímpio, da Assembleia de Deus de Alagoas, após uma postagem nas redes sociais em que ele disse estar orando pela morte do ator Paulo Gustavo, internado há um mês com covid-19, em estado grave.
"Esse é o ator Paulo Gustavo que alguns estão pedindo oração e reza. E você vai orar ou rezar? Eu oro para que o dono dele o leve para junto de si", publicou o pastor em suas redes sociais durante a semana passada. Após a repercussão negativa do comentário, José Olímpio apagou a publicação.
Foi neste contexto que o pastor José Olímpio se manifestou de forma anticristã.
Para as entidades, o ataque de ódio gratuito se deve ao fato de o ator de 42 anos ser homossexual assumido e casado com o médico Thales Bretas, com quem tem dois filhos bebês.
"É urgente que crimes como estes, motivados por homofobia, sejam enquadrados da tipificação da LGBTfobia, na lei de combate ao racismo de n. 7.716/2018, e que punições mais rigorosas e severas sejam tomadas contra condutas homofóbicas e atos discriminatórios como o em questão", diz a nota assinada pelas principais entidades de defesa dos direitos de LGBTs do país, no anúncio de que medidas judiciais serão tomadas contra o pastor.
A Aliança LGBT+, signatária do documento, afirma que a declaração do pastor não é um caso isolado, mas parte de uma campanha que atinge cotidianamente gays, lésbicas e trans. "Vivemos tempos sombrios. Esta afirmativa foi dita por nós inúmeras vezes nos últimos meses.
"A pandemia que ainda segue em curso transformou o caráter de alguns e revelou o verdadeiro caráter de outros, fazendo com que pudéssemos separar o joio do trigo e sem nenhuma sombra de dúvidas fossemos capazes de compreender melhor o outro", diz o texto assinado pelo ativista Toni Reis, líder da Aliança LGBT+.
Além de entidades LGBTQ+, o texto de repúdio ao pastor também conta com apoio de lideranças evangélicas.