Soldado da Polícia Militar, Adonias Sadda, prestou depoimento nesta quarta-feira (28) em Imperatriz, onde está preso. Investigadores do caso contestam versão apresentada pelo suspeito.
Em depoimento à Polícia Civil nesta quarta-feira (28), o soldado da Polícia Militar, Adonias Sadda, suspeito de assassinar o médico Bruno Calaça Barbosa em Imperatriz, afirmou que o tiro disparo contra a vítima foi acidental. O suspeito alegou que o médico teria tentado desamar ele com um chute quando, acidentalmente, apertou o gatilho da arma.
De acordo com o delegado Praxísteles Martins, o soldado afirmou ainda, que foi ao local da festa para tentar desamar uma pessoa.
O suspeito alega que Bruno se envolveu em uma confusão com uma terceira pessoa e ao segurar a arma, ela ficou pendurada e, acidentalmente, o soldado atirou contra o médico.
"Ele alegou que o disparo havia acontecido de forma acidental diante de um chute, efetuado pela vítima, no sentido de desarma-lo. O suspeito falou que havia ido ao local, com a informação de que a vítima estaria armada e no momento, houve troca de empurrões com uma terceira pessoa e o médico. Diante dessa agressão, ele havia sacado a arma. E a vítima, ao ver ele sacando a arma, chutou ele para desamar", disse.
O delegado afirmou que a versão está sendo contestada pelos investigadores que analisaram as imagens da câmera de segurança que registraram o crime. Segundo o delegado, pelas imagens, o médico teria tentado chutar uma terceira pessoa e não o soldado.
"Uma vez que a análise do vídeo feita pelos investigadores, se constata um lapso temporal entre o chute que seria em direção a uma terceira pessoa e o próprio disparo. Há uma distância, um lapso temporal, que na opinião leiga, não seria condizente com um disparo acidental", afirmou.
As imagens da câmera de segurança estão sendo passando por análises por peritos criminais que investigam o caso. O soldado continua preso em Imperatriz desde a tarde de terça-feira (27), onde aguarda a finalização do inquérito.
Câmeras de segurança registraram o momento em que o médico Bruno Calaça Barbosa, de 24 anos, foi baleado e morto na madrugada de segunda-feira (24), em Imperatriz (veja o vídeo acima). O principal suspeito do crime, apontado pela a Polícia Civil, é o soldado da Polícia Militar do Maranhão (PM-MA), Adonias Sadda.
Nas imagens, o médico Bruno Calaça Barbosa aparece sentado em um palco conversando com algumas pessoas, quando é surpreendido pelo soldado Adonias Sadda. Em seguida, eles discutem, trocam empurrões e um disparo é efetuado.
As pessoas que estavam no local da festa, se assustam e afastam-se. De pé, Bruno Calaça ainda chega a trocar algumas palavras com o suspeito e, logo em seguida, cai no chão.
O velório de Bruno Calaça Barbosa foi realizado na manhã de terça-feira no salão de uma funerária, em Porto Nacional. O sepultamento ocorreu às 14h no cemitério São Pedro, no mesmo município.
Bruno Calaça Barbosa, de 24 anos, estava recém-formado do curso de medicina. Ele fez faculdade em uma instituição privada, localizada em Porto Nacional, a 66 km de Palmas, capital do Tocantins.
Nas redes sociais, os irmãos de Bruno, que também fazem faculdade de medicina no Tocantins, lamentaram a morte e contaram o quanto ele estava feliz com a formatura, há cerca de 10 dias.
"Você estava tão feliz com a sua formatura, quem te via, sentia sua felicidade, transbordar", escreveu Caio Calaça, em postagem no Instagram.
A Associação dos Estudantes de Medicina do Tocantins emitiu nota de pesar sobre a morte e destacou as qualidades do estudante recém-formado.
"Bruno era incrivelmente inteligente, era amigo de tantos, era irmão e filho. Um rapaz carinhoso que nunca brigava. Estava sentado antes de ser atingido no peito, por um disparo efetuado por um profissional militar que, aparentemente, não estava em serviço oficial. [...] Estava comemorando a sua formatura, empolgado com o futuro que tinha pela frente".
O Instituto Tocantinense Presidente Antônio Carlos (ITPAC), onde Bruno estudou também lamentou a morte. "Neste momento, nos unimos em oração à sua família e amigos para que essa perda possa ser compreendida com a esperança do conforto de Deus".
G1/MA