O remédio usado pela deputada federal Joice Hasselmann (PSL-SP) para dormir está associado a crises de sonambulismo, acompanhadas de apagões de memória. O alerta para os efeitos colaterais do zolpidem, substância hipnótica usada para induzir o sono, está na bula do medicamento. As informações são do jornal Folha de S.Paulo.
“As propriedades farmacológicas do zolpidem, que podem causar sonolência, diminuição dos níveis de consciência —levando a quedas e, consequentemente, a lesões severas—, sonambulismo ou outros comportamentos incomuns (como dormir na direção e durante a refeição), acompanhado de amnésia”, informa a bula.
No último dia 18, Joice Hasselmann acordou em seu apartamento funcional em Brasília (DF) com fraturas e hematomas pelo corpo e não se lembra como os ferimentos aconteceram. Em entrevistas, a deputada revelou fazer uso do Stilnox, remédio à base de zolpidem.
Segundo a reportagem da Folha, a substância é considerada segura pelos médicos desde que usada de acordo com as indicações da bula, na dose certa e por tempo adequado. “A pessoa pode fazer e vivenciar coisas, que não ficam retidas na memória”, afirmou ao jornal o psiquiatra Mauro Aranha.
Conforme o psiquiatra, se a pessoa acordar durante as quatro horas iniciais em que o fármaco circula na corrente sanguínea, ela pode não se lembrar do que fez. “Mas, se despertar quando a substância não está mais circulando no corpo, provavelmente já estará consciente dos próprios atos”, explicou à Folha.
Joice diz ter sido vítima de atentado
Na última semana, a deputada contou que sua última lembrança é de estar na cama assistindo a um episódio de série no domingo (18). Depois, por um período de aproximadamente sete horas, ela disse ter tido perda de memória, até acordar em uma “poça de sangue”, no chão do closet. Ao notar a quantidade de machucados, a parlamentar afirmou que foi vítima de um ataque.
Joice está com machucados no rosto, com a boca cortada e um dente quebrado. Além disso, ela também teve o joelho trincado. De acordo com ela, o marido, que dormia em outro quarto, foi quem a socorreu.
Após o suposto ataque, Hasselmann revelou que chamou um segurança particular de São Paulo, trocou todas as fechaduras da casa, e tem planos de andar armada.
Na terça-feira (27), a Polícia Legislativa da Câmara dos Deputados (Depol) disse não ter identificado a entrada de nenhuma pessoa estranha no prédio em que mora Joice Hasselmann entre os dias 15 e 20 de julho. Além da Polícia Legislativa, a Civil também investiga o caso.