Grave bem este nome: Jair Renan Bolsonaro, o filho zero quatro do presidente brasileiro está dando o que falar ao esbanjar sinais de enriquecimento em eventos com mulheres de biquíni e noitadas pelo Brasil a fora. Tudo isso em plena pandemia e com severas restrições sanitárias, mas esse não é problema principal.
Recentemente, o filho novo rico do presidente Bolsonaro foi visto e se fez ver na Praia de Lagoinha, em Paraipaba, no Ceará. No local, Jair Renan estava rodeado de mulheres de biquíni no velho estilo tô nem aí para a pandemia.
Tirando esse lado boêmio, Jair Renan também tem o lado empresarial. Ele conseguiu a proeza de se instalar em camarote em pleno estádio da Copa do Mundo, o Mané Garrincha, em Brasília, cuja decoração e parte da mobília foram conseguidas de graça. Isso mesmo, gratuitamente. Mais ou menos. É que um empresário, dono de uma empreiteira que tem interesse em negócios com o governo federal fez a ‘doação’, que está sendo investigada pelo Ministério Público Federal (MPF). A empresa, que é apresentada pelo filho do presidente como uma de suas “parceiras”, recebeu R$ 678 mil do governo federal.
No ano passado, a Folha de S. Paulo informou que a empresa de Jair Renan recebeu gratuitamente serviços da Astronauta Filmes, que também tem contratos com o governo federal. A empresa gravou gratuitamente a festa de inauguração do escritório do filho do presidente.
Além disso, o grupo capixaba Gramazini Granitos e Mármores, que tem como lobista Jair Renan, deu um carro elétrico no valor de R$ 90 mil a Jair Renan. A empresa obteve em setembro de 2019 um benefício fiscal que concede 75% de desconto no pagamento do Imposto de Renda de Pessoa Jurídica (IRPJ) até 2028.
Não precisa ser gênio da matemática para ver que Jair Renan tem motivos para festejar sua juventude de 23 anos de idade de forma adoiada. Ele é uma espécie de estrela em uma rede social de vídeos rápidos e polêmicos. Em um deles, o filho homem mais novo do presidente aparece cuspindo em sua mãe.
Outro filho do presidente que também gosta das praias
cearenses é o senador Flávio Bolsonaro, que esteve recentemente na praia da Taíba, no município de São Gonçalo do Amarante. Infelizmente para ele, deste passeio veio um acidente com quadricículo que lhe custou uma lesão dolorida.
Flávio é aquele que está envolvido até o pescoço com um esquema conhecido como rachadinha. Segundo investigação do Ministério Público Estadual do Rio de Janeiro, quando Flávio era deputado estadual ele se apoderava da maior parte dos salários dos seus assessores. Todo esse dinheiro seria administrado pelo ex-PM Fabrício Queiroz, encontrado escondido em uma das propriedades do advogado do presidente Jair Bolsonaro. O escândalo das rachadinhas segue a carreira de Flávio, que tem tido muito trabalho para abafar as investigações.
A suspeita é que ele tenha desviado 6,1 milhões de reais de proventos de 12 de assessores entre os anos de 2007 e 2018.
O parlamentar foi denunciado pelos crimes de lavagem de dinheiro, peculato e organização criminosa. No âmbito dessa apuração, ainda pairam dúvidas sobre os outros 19 imóveis que ele comprou e vendeu entre 2010 e 2017, pelos quais lucrou cerca de 3,1 milhões de reais. Seu processo tem sofrido idas e vindas entre as instâncias judiciais brasileiras. Recentemente, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) anulou a quebra de sigilo bancário feita contra ele, um revés crucial para os investigadores.
Flávio também já protagonizou episódio de opulência digna de um filho de presidente da República ao comprar uma mansão em Brasília por R$ 6 milhões. O novo CEP do parlamentar, no setor de mansões Dom Bosco, uma das diversas áreas nobres de Brasília é, como se pode prever pelo nome da região, uma das mais luxuosas da capital brasileira.
O deputado federal Eduardo Bolsonaro é apontado como lobista da chamada indústrias das armas.
Em negociação que teria sido apoiada pelo deputado, conhecido como zero três, a empresa norte-americana SIG Sauer recebeu autorização do Exército para fabricar suas pistolas de calibre 9mm P320 pela Imbel (Indústria de Materiais Bélicos do Brasil), empresa estatal ligada ao Comando do Exército.
Segundo reportagem da Folha de S. Paulo, Eduardo teria feito lobby para a aprovação do plano de nacionalização. Ele postou vídeos e mensagens nas redes sociais para promover a empresa norte-americana.
Ainda não há um detalhamento de custos da operação. A Imbel depende de verbas federais. Em 2019, recebeu R$ 152,2 milhões para a produção de munições, fuzis e pistolas, basicamente para consumo das Forças Armadas.
Já o vereador Carlos Bolsonaro, que também tem investigação contra si sob suspeita de fazer esquema de rachadinha, se preocupa com alta tecnologia, basicamente de comunicação.
Carlos teria se envolvido em uma licitação para a aquisição de uma ferramenta de espionagem, entrando em rota de colisão com a alta cúpula das Forças Armadas. Os militares não gostaram de ver o filho zero dois do presidente Jair Bolsonaro intermediando contrato da compra de um programa espião. O Pegasus já foi usado para espionar celulares e computadores de jornalistas e críticos de governos ao redor do mundo. Em junho de 2017, por exemplo, o jornal The New York Times revelou que o software foi usado pelo governo do México, ainda sob a gestão de Enrique Peña Nieto, para espionar ativistas contrários à sua gestão.
Se adquirido, o Pegasus permitirá o monitoramento de pessoas e empresas sem decisão judicial. Ou seja: o uso da ferramenta dependerá apenas do senso ético de quem controlará o sistema.
Carlos Bolsonaro é tido nos bastidores do governo como idealizador e operador do chamado ‘gabinete do ódio’, uma extensa rede de seguidores através de dispositivos de redes sociais, capaz de influenciar milhões de pessoas em poucos minutos. Ele também é apontado como operador do sistema de robôs cibernéticos que têm capacidade de turbinar artificialmente audiência e mensagens nas redes sociais mais conhecidas no mundo, em especial o twitter.
*Com informações do EL Pais, Poder360, Uol, Folha de S. Paulo