Enquanto nossos amigos e parentes queridos adoeciam e morriam, e nós mesmos pagamos um preço altíssimo pelo negacionismo, omissão, desídia, incompetência, psicopatia e vocação homicida deste desgoverno aloprado, Jair Bolsonaro, o líder de tudo, dominou as manchetes e pautou o debate, ou melhor, a guerra sobre essa maldita pandemia.
Para esconder a aflição de milhões de doentes sem atendimento e até mesmo sem oxigênio hospitalar; as UTI’s lotadas e as pilhas de cadáveres por todas as cidades do País; a falta de vacinas; o vai-e-vem dos ministros da Saúde etc., o verdugo do Planalto especializou-se em produzir, dia sim, outro também, os factóides estúpidos que dominaram o debate.
Primeiro foi a história da gripezinha, do resfriadinho. Depois o ‘mimimi’, o ‘e daí?’ e o ‘se morrer, morreu, não sou coveiro’. Daí veio cloroquina, ivermectina, spray nasal de Israel e reza brava. Em seguida, as tretas com prefeitos, governadores, China, STF e especialmente João Doria. Mais a frente, comunismo, Lula, urnas eletrônicas e voto impresso. Por fim, golpe de Estado.
O Brasil afundava em um lamaçal de superfaturamento e negociatas espúrias com o Centrão. A inflação, sobretudo a de alimentos, explodia e atirava mais de 80 milhões de brasileiros ou na fome ou na insegurança alimentar. O real, graças à instabilidade política promovida pelo golpista no poder, perdia valor como nenhuma outra moeda no mundo. Combustíveis, energia elétrica.
Tudo isso acontecia e o amigão do Queiroz não governava, dava de ombros. Como não possui a menor condição de ser nem sequer síndico de prédio de três andares em cidade do interior, o pai do senador das rachadinhas e da mansão de 14 milhões de reais – que custou, rá rá rá!, seis milhões – passou esse tempo todo nos distraindo com seus devaneios. E deu certo!
Assim, enquanto o dólar encosta novamente nos 6 reais; a gasolina ultrapassa os 7 reais por litro; o gás de cozinha atinge os 130 reais o botijão de 13kg; o consumo de proteína animal despenca ao menor nível dos últimos 25 anos; o desemprego formal marca 15 milhões de aflitos; o IPCA chega aos 9% ao ano e o IGPM ultrapassa 30% Bolsonaro brinca de ser presidente e faz chacota com a nossa cara.