Um dos tipos mais comuns dessas provocações é o cyberbullying, aquelas que acontecem no ambiente virtual.
O bullying é um problema recorrente em escolas no país inteiro, mas mesmo sendo combatido a todo custo, ele continua afetando estudantes de todas as idades. Por meio da Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar, a PeNSE, de 2019, foi possível calcular um percentual de crianças entre 13 e 17 anos que já passaram por alguma experiência envolvendo ofensas, provocações ou sofreram ações como esculacho, zoação, intimidação, tanto que ficaram magoados, incomodados, aborrecidos, ofendidos ou humilhados.
Dentre esse público, 23% dos alunos no Brasil afirmaram ter sofrido algum tipo de violência por provocações de colegas da escola nos 30 dias anteriores à pesquisa. O maior percentual, 26,5%, cobria as meninas enquanto 19,5% cobria os meninos.
Já no estado do Maranhão, 20,1% relatou ter passado por esse tipo de provocação, também sendo o percentual feminino, 24%, o maior em relação ao masculino, 16,3%.
Sobre o motivo das provocações, 16% relatam que se tratava da aparência do corpo, 10,6% da aparência do rosto e 9,2% da cor da pele.
Um dos tipos mais comuns dessas provocações é o cyberbullying, aquelas que acontecem no ambiente virtual. A pesquisa também englobou essa área e questionou os estudantes de 13 a 17 anos se já haviam sofrido algo nas redes sociais, relatando que 13,2% no Brasil já passaram por algo do tipo, novamente com o percentual feminino, 16,2%, sendo maior que o masculino, 10,2%. No estado do Maranhão não foi diferente, onde 11,7% dos alunos nessa faixa etária relataram ter passado por esse problema, com 12,6% para as meninas e 10,7% para os meninos.
A psicóloga Luciana Santos disse que pais e familiares devem ficar atentos ao comportamento de suas crianças e adolescentes, mas também a escola deve ser vigilante quanto ao seu alunado.
“Quando a gente fala da família, não é só pai e mãe, são todos os parentes. E eles devem estar atentos principalmente as crianças e adolescentes que se isolam e apresentam comportamentos agressivos. Essas reações são a maneira que o adolescente tem em expressar que passa por algum problema ou conflito. Por outro lado, a instituição escolar, como um todo, deve prestar atenção aos grupos de alunos que tem tendência a fazer bullying, sendo importante realizar um trabalho sobre os valores como: respeito, amizade, família e solidariedade. Além disso, mostrar ao aluno, de maneira clara, as consequências de tratarem mal seus colegas”, disse.
Acesso à Internet
Além dos dados envolvendo o bullying, a PeNSE também fez um levantamento sobre informações gerais das escolas que participaram da pesquisa. 62,8% dos ambientes escolares possuem acesso a laboratórios de informática, um recurso mais abundante na região sudeste do país para 81% dos alunos onde o estado de São Paulo possuía o maior percentual de alunos com acesso a esse recurso (88,6%).
Em contraste com os estados vizinhos, a Região Nordeste possuía a menor porcentagem (44,9%) de escolares que desfrutam disso e estado do Maranhão possuía o menor percentual (16,1%).
O acesso à internet também foi analisado e, entre as regiões do país, 80,2% das escolas com esse recurso se concentravam na Região Sul, sendo a maior proporção, enquanto a menor era a Região Centro-Oeste com 46,5%. O maior contraste estava entre Roraima e Goiás, respectivamente com 99,7% e 19,3%. Já no Maranhão, 36,6% dos escolares possuem acesso à Internet na escola, sendo 35,3% nas escolas públicas e 52,8% nas privadas.
Maranhenses em 2º como fisicamente inativos
Como as escolas tem um papel fundamental na saúde de seus alunos, a PeNSE também levou esse fator em consideração e analisou tanto as bebidas processadas consumidas quanto a prática de atividades físicas. No Maranhão, o refrigerante é consumido por 28,5% dos escolares, 22,1% consomem suco de caixa, 19,3% algum tipo de refresco em pó, 15,3% achocolatados e 12,6% algum iogurte com sabor.
Sobre atividades físicas, algo fundamental para a saúde física e emocional dos estudantes, foi revelado que 28,1% dos estudantes brasileiros eram fisicamente ativos, 8,7% dos escolares estavam inativos e 61,8% dos alunos eram insuficientemente ativos.
No Maranhão, 24,1% dos estudantes eram fisicamente ativos, 13,4% foram classificados como fisicamente inativos e 62,5% eram insuficientemente ativos. Alagoas apresentou a maior proporção de alunos fisicamente inativos (14,1%), com o Maranhão ficando na segunda posição e o Paraná apresentou a menor proporção (3,8%).
O Imparcial