O preferido do cantor Harry Styles é o Mint Cand Apple, da Essie. Marc Jacobs, o estilista, gosta dos tons fechados de vermelho. Harry e Marc estão entre famosos representantes da tendência que finalmente dá aos homens a liberdade de fazer as unhas, hábito feminino. Cai por terra, assim, uma das últimas barreiras a impedir o exercício pleno da
vaidade também a eles. Afinal, por que não? Há pelo menos dez anos a população masculina vem mudando o comportamento em relação ao cuidado com a aparência. Até 2023, o mercado global de produtos de
de beleza para homens chegará a 78 bilhões de dólares, segundo previsão da consultoria Research & Markets. O Brasil está em segundo lugar entre os maiores consumidores, atrás dos Estados Unidos.Enfeitar as unhas, portanto, é só mais um tantinho de vaidade satisfeita.
O fenômeno ganhou força desde o ano passado. Nos Estados Unidos tem até nome: menicure, brincadeira linguística que junta as palavras men (homens) e manicure (igual em português). No Brasil, a moda
começa a pegar. No salão de Gi Camargo, em São Paulo, aos poucos aumentam os espaços na agenda para o atendimento do público masculino. “Eles querem cuidar das unhas assim como fazem com o cabelo e a barba”, diz Gi, prestigiada especialista. Algumas empresas
No ano passado, a Chanel ampliou sua linha de produtos de beleza masculinos, a Boy de Chanel, integrando à coleção esmaltes nos tons preto fosco e natural. A Essie, fabricante da Harry Styles, incluiu na paleta nuances mais fechadas de cinza e verde, para atender ao gosto masculino.
m fator circunstancial e outro, de ordem comportamental, são responsáveis pela nova atitude. Muitos homens aderiram como forma de fugir do tédio durante este período de isolamento. Ao mesmo tempo, para a geração Z, nascida no início do século, não existe o que pode e o que não pode de acordo com o gênero. “Quem quer ouvir
alguém dizer que você não pode pintar as unhas?”, resumiu o modelo Evan Mock. As unhas masculinas esmaltadas deixam de ser um detalhe cool e se transformam em manifesto. O cantor Lou Reed (1942-2013)
e o Ziggy Stardust, de David Bowie (1947-2016), foram os primeiros a usá-las assim, como atual sugere que pode ter demorado, mas a rebeldia venceu.