Uma jovem transexual de 28 anos denunciou um restaurante em Santos, no litoral de São Paulo, após sofrer constrangimento nesta semana. Em entrevista ao site g1, Julie Correia Araujo contou que foi vítima de transfobia ao perguntar sobre o banheiro feminino do local. Um funcionário apontou para o masculino e disse que ela teria que ir lá, pois era um “homem”.
O caso ocorreu quando a nutricionista e cabeleireira voltava da praia com familiares e amigos. Eles decidiram parar para almoçar no estabelecimento, localizado na Avenida Conselheiro Nébias, no bairro Boqueirão, próximo à avenida da praia. Em determinado momento, os primos dela foram até o caixa para acertar a conta, e Julie seguiu à procura de um banheiro, abordando um dos funcionários.
Eu dei boa tarde e perguntei onde ficava o banheiro feminino. Aí, ele falou assim para mim: ‘você não pode usar o banheiro feminino, porque você é homem’. Sabe quando você não está esperando? Porque eu simplesmente perguntei onde era o banheiro. Poderia ser para mim, ou para qualquer outra pessoa. Eu não falei que era eu quem ia usar o banheiro”, explica.
Irritada, ela conta que chegou a xingá-lo de “babaca”, e se dirigiu ao caixa para perguntar sobre o gerente. Contudo, ouviu mais uma vez que não poderia usar o toalete feminino. “Me disseram que era proibido. ‘Você é homem’. Ou seja, ele reiterou aquilo que o funcionário tinha falado”. Após insistir, ela conseguiu usar o banheiro feminino.
“Uma mulher que viu a situação até falou para eu ir, que era meu direito, me apoiando. Ele [gerente] estava me deslegitimando como mulher, porque, na concepção dele, eu não sou. Quer dizer que ele é quem decide se eu sou mulher ou não? Me senti constrangida”, desabafa.
Após o episódio, a cabeleireira se posicionou em uma página que administra nas redes sociais, e fez uma denúncia de transfobia. Julie afirma que é muito cansativo ter que pedir todo dia para ser respeitada como mulher, e que pretende entrar na Justiça contra o estabelecimento. O caso foi registrado no 7º Distrito Policial de Santos, e deve ser acompanhado pela Polícia Civil.
Fonte.https://gay1.lgbt/
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