Agentes da Polícia Federal (PF) prenderam na manhã desta quinta-feira (24/01), no Santo Cristo, na Zona Portuária do Rio de Janeiro, o pastor Tupirani da Hora Lores. Conhecido por seus discursos de ódio contra judeus, além de praticantes de outras religiões, negros e gays, ele é líder da Igreja Pentecostal Geração Jesus Cristo.
Tupirani foi alvo da operação Rófesh — nome que, em hebraico, significa “liberdade“, fazendo alusão às recentes discussões sobre os limites da liberdade de expressão. De acordo com as investigações da PF, o pastor produziu e publicou diversos vídeos com ataques diretos aos judeus e membros de outras religiões. Em um culto gravado e difundido em junho de 2020, o líder do grupo radical religioso afirmou que os judeus “deveriam ser envergonhados como foram na 2ª Guerra Mundial”. Tupirani também atacava outras religiões, como as de origem afro. Ele responderá pelos crimes de racismo, ameaça e incitação e apologia ao crime. O pastor teve o celular apreendido. No momento da prisão, o religioso exibia uma camisa com a frase “Não sou vacinado“. Caso seja condenado, poderá cumprir pena de até 26 anos de reclusão.
Tupirani já foi preso por intolerância religiosa em 2009. Na época, o pastor se tornou o primeiro condenado no Brasil por esse tipo de crime. Em 2012, o líder religioso e alguns discípulos da igreja foram presos por intolerância religiosa, por comportamentos homofóbicos, xenófobos e racistas. Já em abril de 2018, uma discussão entre guardas municipais e um grupo de 40 seguidores de Tupirani terminou com 12 pessoas da congregação feridas, uma delas em estado grave. No Rio de Janeiro, a Igreja Geração Jesus Cristo é conhecida por espalhar pela cidade pichações com a inscrição “Bíblia sim, Constituição não”.