Dois casais, um de mulheres e outro de homens, celebraram, nesta quinta-feira (10/03), os primeiros matrimônios homoafetivos no Chile, após entrar em vigor a lei aprovada no final de 2021 depois de anos de luta das organizações defensoras da comunidade LGBTQIA+.
Em 8 de dezembro, o país deu sinal verde ao projeto de lei que legalizou o casamento homoafetivo. A união entre pessoas do mesmo sexo já era autorizada no Chile desde 2015, mas por não ser reconhecido como casamento, se negava, por exemplo, a possibilidade de adoção de crianças por estes casais. Com a decisão, o Chile se tornou o nono país da América Latina a legalizar o casamento entre pessoas do mesmo sexo. O projeto de lei foi apresentado em 2017 por solicitação da ex-presidente socialista Michelle Bachelet (2014-2018). No entanto, ficou paralisado por quase quatro anos no Parlamento. O atual presidente chileno, o conservador Sebastián Piñera, decidiu acelerar sua tramitação no Congresso, após um anúncio surpresa em 1º de junho.
“Nunca imaginamos que esse momento iria chegar no Chile. Que maravilhoso sentir que estamos vivendo a mudança e que somos partes dessa mudança, e que o futuro do país será muito melhor“, disse o noivo Jaime Nazar, de 39 anos a agência de notícias EFE. Jaime e Javier Silva, de 38 anos, conseguiram realizar seu sonho de se casar após sete anos juntos e dois filhos em comum, concebidos por uma barriga de aluguel. “É um passo muito importante para o país”, apontou Silva após posar para as fotos.
O outro casal que estreou este direito no Chile foi Consuelo Morales e Pabla Heuser, juntas há 18 anos, com uma filha em comum, e que já acreditavam que nunca chegaria o dia de legalizar sua relação como qualquer outro casal. “Dedicamos o avanço desta lei a cada um dos casais e famílias homo parentais que foram afastadas, discriminadas, separadas e vulnerabilizadas em seus direitos mais básicos. Algumas ficaram viúvas e em completa orfandade“, disse o porta-voz do Movimento de Integração e Libertação Homossexual (Movilh), Javiera Zúñiga.