Vou replicar o que discuto no meu livro “Transgêneros e Fé Cristã” sobre este tópico.
Na Europa, até 36% das meninas e 15% dos meninos sofreram abusos sexuais antes dos 16 anos. Nos Estados Unidos os números não são diferentes. 32% das mulheres e 14% dos homens.
A situação brasileira é constrangedora. Entre 2012 e 2016 foram registrados 175.000 estupros. Destes, 131.000 foram crianças com menos de 14 anos. Outro escândalo, a liderança brasileira no casamento infantil na América Latina e o 4o lugar mundial. Lembre-se: casamento infantil significa união antes dos 18 anos.
Alguns pesquisadores encontraram abuso sexual na história de vida de 27% de pessoas transvestegêneres. Diversas outras avaliações não encontraram uma associação entre o crime de abuso sexual infantil com transgeneridade.
Mas o fato da criança ou adolescente ser transgênera foi a causa de 19% de violência domiciliar contra crianças. Dentre as diversas formas de violência está a simples expulsão do lar. “Com uma mão na frente e outra atrás”, sem nenhum amparo. Adolescentes sem renda, sem teto… vão viver como? Onde?
Se houvesse uma relação de causalidade entre violência sexual e pertencer ao segmento LGBTQIAP+ este grupo seria muito maior que o atualmente estimado. Pesquisa recente do IBOPE apontou 5% da população brasileira como não heteroafetiva. Pesquisadores brasileiros encontraram 2% da população como trans.
Portanto, os números não batem. Pessoas não são transformadas em trans por sofrerem abusos, sexuais ou não. Insistir que ser transvestegênere é consequência deste evento não tem base estatística. Insistir que há motivações doentias que levam as pessoas a serem trans não tem sustentação científica. Remeto novamente ao meu trabalho citado.
Abuso sexual tem que parar. Casamento infantil tem que parar. São crimes. Com consequências permanentes na vida de que os sofre. Ser trans aumenta o risco de sofrer abuso, físico, mental, psicológico e sexual. E nossa sociedade tolera isso…