A maioria da população LGBTQIAP+ está fechada com Lula. Foi o que mostrou uma pesquisa feita pelo #VoteLGBT durante os eventos da Parada LGBT+ de São Paulo, que reuniu 4 milhões de pessoas no último domingo, na Av. Paulista.
Segundo levantamento, o candidato do PT tem 86% de intenção de votos, seguido por Ciro Gomes (PDT) com 2,5% e Jair Bolsonaro (PL) com 1,6%. Outros candidatos não chegaram a 1%.
A pesquisa ouviu 930 pessoas de forma presencial em três eventos distintos na cidade de São Paulo: a Marcha Trans, a Caminhada de Mulheres Lésbicas e Bissexuais e, por último, a Parada LGBT+.
Enquanto o país protagoniza a maior mobilização pela causa do mundo, e segue governado por um reacionário autodeclarado LGBTfóbico, nem Ciro nem Lula declararam apoio aos LGBTs em suas redes sociais na última semana, muito menos participaram de eventos ligados ao movimento.
A Parada LGBT+ de São Paulo é um ato político. Nasceu com esse intuito e, ao longo do tempo, foi cada vez mais ganhando força em suas reivindicações. Neste ano não foi diferente, ao longo do caminho era possível ver faixas, camisetas e gritos em apoio à candidatura de Lula à presidência da República.
E justamente neste ano, o tema da Parada foi: “Vote com Orgulho, por uma política que representa", o que mostra a organização do movimento para as eleições de outubro.
Então, a pergunta que eu faço é: quanto vale o nosso apoio? Reunir 4 milhões de pessoas em uma avenida, coisa que nenhum outro movimento ou partido político consegue, não é o suficiente? O que precisamos fazer a mais para conseguir apoio dos candidatos à presidência da República citados na pesquisa?
O Brasil é um país conservador. Fato. A eleição de Bolsonaro em 2018 deixou claro que a pauta de costumes é algo importante para decidir quem ocupará a cadeira no Palácio do Planalto. E Lula sempre soube muito bem dialogar com essa população, não à toa é o candidato que aparece em primeiro lugar nas pesquisas eleitorais, tendo grandes chances de vencer no primeiro turno.
Justamente de uma pessoa que se diz de esquerda, que tem um grande apoio da população, e que sabe dialogar com todos os segmentos da sociedade, que esperamos uma cumplicidade. A fome, o desemprego e a dignidade da população deve ser foco do novo governo no próximo ano, afinal isso também inclui LGBTs que estão em situação de vulnerabilidade, mas não levar em conta que a LGBTfobia intensifica essa exclusão social, é ser conivente com um cenário catastrófico.
Não podemos mais tolerar que a nossa pauta não seja, também, prioridade. Não podemos permitir que o país que mais mata LGBTs no mundo, e que possui parte desta população em situação de vulnerabilidade, não discuta de forma séria políticas públicas para mudar essa realidade.
Lula segue tendo apoio da maioria dos LGBTs, mas esse apoio não pode se tornar carta branca para que uma bancada conservadora e reacionária seja ainda mais fortalecida, como aconteceu nos últimos governos do PT. Essa lógica deve ser alterada por uma questão de vida ou morte dos nossos. Somos cidadãos, votamos e o nosso voto vale muito.
Afinal de conta, quando você está sentado com um LGBTfóbico, e não se levanta, você se torna um deles. E tenho certeza de que esse não é o caso do candidato do PT. Então bora se movimentar por aqueles que estão se movimentando por você, Lula.