O mês de setembro, dedicado à campanhas de prevenção ao suicídio – conhecido como Setembro Amarelo –, reforça a necessidade de conscientizar a população mundial acerca da manutenção da saúde mental e prevenção de pensamentos suicidas. Um artigo liderado pela professora do Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo (USP), Vera Silva Facciola Paiva, com o tema “Prevalência e determinantes sociais da ideação suicida entre estudantes brasileiros em escolas públicas do ensino médio” , associa suicídio à questões sociais como: desigualdade, desemprego e falta de políticas de proteção social e identidade de gênero.
Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) apontam que o suicídio é a segunda maior causa de morte entre jovens de 15 a 29 anos e que 77% dos casos ocorrem em países pobres. O estudo guiado pela professora da USP mostra que a ideação suicida prevalece entre estudantes do ensino médio, com incidência de pouco mais de 47%.
Entre os fatores que podem ser associados ao maior nível de sofrimento emocional está o fato de que a rotina de estudos normalmente precisa ser conciliada a uma realidade social e/ou familiar complicada.
“Os jovens buscam continuar seus estudos enquanto trabalham por causa das condições de vida de suas famílias. Estudantes noturnos vivem em piores condições econômicas”, escrevem os autores da pesquisa. Além disso, o material também relaciona vivências LGBT a pensamentos suicidas, principalmente por conta da LGBTfobia vivida em ambiente escolar.
“Os jovens LGBT frequentemente enfrentam adversidades na escola relacionadas à sua identidade de gênero e orientação sexual. Eles comumente se sentem inseguros e inseguros na escola; para muitos deles, a escola é um local de bullying e assédio”, discorre o artigo.