Uma pesquisa publicada pela YouGov nesta terça-feira (31) examina como os britânicos acreditam que mulheres trans devem punidas de acordo com o crime cometido e se foi feita ou não uma cirurgia de transição de gênero “completa”.
Isso ocorre após as controvérsias envolvendo Isla Bryson , uma agressora sexual considerada culpada por estuprar duas mulheres antes de realizar a transição. O governo escocês foi criticado por mandar Isla para uma prisão feminina após sua condenação.
A pesquisa descobriu que 59% dos britânicos acreditam que mulheres trans que foram condenadas por estupro ou agressão sexual e não passaram por uma cirurgia de redesignação de gênero devem cumprir sentença em uma prisão masculina.
27% dos entrevistados se disseram “inseguros” e 15% acreditam que tais infratores deveriam ser alojados em prisões femininas.
O estudo também descobriu que a maioria das pessoas acredita que uma mulher trans que passou por cirurgia de redesignação e cometeu um crime não violento e não sexual deveria ser presa em uma prisão para mulheres.
A pesquisa da YouGov descobriu que as opiniões de mulheres e homens são praticamente idênticas: 57% dos homens e 61% das mulheres dizem que uma mulher trans que não fez uma cirurgia de afirmação de gênero “completa” e cometeu um estupro ou agressão sexual deve ir para uma prisão para homens. Contra 14% e 15% dizendo que deveriam ir para uma prisão feminina.
Entre eleitores conservadores e trabalhistas, 70% e 50% acreditam que as mulheres trans agressoras que não passaram por cirurgia “completa” deveriam ir para uma prisão feminina.
Na Escócia, onde ocorreu o julgamento de Isla Bryson, 59% dos entrevistados acreditam criminosos como ela deveriam ir para uma prisão masculina, resultado semelhante ao visto no Reino Unido.
Os pesquisadores também perguntaram onde as mulheres trans condenadas por estupro ou agressão sexual deveriam ser mantidas se tivessem passado por uma cirurgia de mudança de sexo “completa”.
O resultado apontou de 31% dos britânicos acreditam que mulheres trans deveriam ser mantidas em prisões masculinas. Cerca de 31% se mostraram inseguros para responder e 38% acreditam que deveriam ser alojadas em presídios femininos.
Para mulheres trans que cometeram crimes não violentos e não sexuais, 48% dos britânicos dizem que deveriam estar em prisões masculinas se não passaram por cirurgia de redesignação “completa”. Já 20% acham que deveriam ser mantidas em prisões masculinas mesmo em casos que passaram por cirurgia.
O órgão pesquisador descobriu que os britânicos pesquisados veem o crime como um fator menos importante do que se o prisioneiro fez ou não uma cirurgia de redesignação sexual.
"Ao comparar os resultados por se o agressor teve ou não a cirurgia de redesignação completa, a proporção de pessoas que dizem que uma mulher trans infratora que não teve uma cirurgia completa deve ir para a prisão masculina é 28 pontos maior do que o número que diz que um infrator que teve uma cirurgia completa deve fazê-lo”, afirmaram os pesquisadores. “Por outro lado, ao comparar os resultados se o agressor cometeu ou não estupro ou agressão sexual, a diferença é de apenas 11 pontos.”
Os dados também revelaram que homens, britânicos mais velhos e eleitores conservadores são menos propensos do que mulheres, mais jovens e trabalhistas a pensar que as mulheres trans presas devem ir para as prisões femininas.
"Todo grupo social é mais propenso a dizer que uma mulher trans que cometeu crimes sexuais, mas teve uma cirurgia completa de redesignação de gênero, deve estar em uma prisão feminina do que uma mulher trans que cometeu crimes não violentos e não sexuais, mas não teve uma cirurgia completa de redesignação de gênero.
"Todos os grupos tendem a acreditar que as mulheres transgênero infratoras que fizeram uma cirurgia completa de redesignação de gênero e cometeram crimes não violentos e não sexuais devem estar em prisões femininas", concluíram os pesquisadores.