O ator Bernardo Dugin registrou uma queixa contra um padre por homofobia no Rio de Janeiro. O crime teria ocorrido durante uma missa de sétimo dia de um parente do artista no Colégio Nossa Senhora das Dores, em Nova Friburgo, na Região Serrana fluminense, no último domingo (30).
De acordo com Bernardo, o sacerdote propagou um discurso de ódio contra as pessoas homossexuais, dizendo que o "demônio está entrando na casa das pessoas de diferente formas para destruir as famílias na representação da união de pessoas do mesmo sexo, homem com homem, mulher com mulher e etc...".
O ator relatou, em um vídeo publicado na sua conta do Instagram, que estava no local junto com o namorado, o pai, a mãe, as avós, o irmão, a cunhada e os sobrinhos, de oito, 10 e 13 anos.
Diante do episódio de LGBTfobia, o artista contou que se levantou em silêncio e se retirou do local, o que não teria impedido o padre de continuar dizendo as falas criminosas.
"Padre, ontem o senhor teve o meu silêncio porque, em respeito à perda da minha família, eu me levantei e me retirei da missa. Mesmo assim, depois que eu saí o senhor continuou dizendo que quem se incomodou com o seu discurso que essa era a verdade", narrou o ator no vídeo publicado na rede social.
"Bom, agora o senhor vai ter que responder na Justiça o crime que o senhor cometeu com essas palavras porque elas ferem não só a mim e a minha família. Elas ferem a muitas pessoas todos os dias no Brasil. Isso fere a saúde mental das pessoas , a saúde física e você sabe o que acontece com esse tipo de discurso de ódio lá na ponta, que é a depressão, que é a não aceitação, que é o suicídio, que é a morte", apontou Bernardo no vídeo.
"É como se o senhor padre tivesse apontado uma arma para mim e disparado o gatilho. E padre, o demônio está na representação do ódio, não está na representação do amor", concluiu.
Bernardo é conhecido por participações em produções conhecidas no streaming como "Todas as Flores" (Globoplay), e na TV aberta como "Éramos Seis" (Globo) e "Gênesis" (Record).
O Colégio Nossa Senhora das Dores também se pronunciou nas redes sociais e destacou que contribui com a educação de crianças e jovens a partir de uma pedagogia humanista há 130 anos, aliando excelência acadêmica e valores cristãos.
"Comungamos com a perspectiva do Papa Francisco sobre o Evangelho verdadeiro de Jesus: amar e respeitar, sem distinção, todas as pessoas como irmãos. Isso supõe total respeito e acolhimento às diferenças e recusa obstinada a toda e qualquer forma de discriminação", informou em nota.
"O CNSD repudia, veementemente, todo discurso de ódio e incitação à violência de qualquer natureza. Esclarecemos à comunidade que a indicação de sacerdotes para as liturgias da Capela do CNSD é de inteira responsabilidade da Diocese de Nova Friburgo. Lamentamos, profundamente, o ocorrido na homilia do dia 30/04, que feriu muitas pessoas e somos solidários às suas dores", finaliza o texto.