O Ministério Público Federal (MPF) vai investigar uma possível prática de LGBTfobia cometida pelo líder religioso André Valadão, da Igreja Batista da Lagoinha, durante a transmissão de um culto de sua igreja pelo YouTube. O autor do procedimento é Lucas Costa Almeida Dias, procurador regional dos Direitos do Cidadão (PRDC) no Acre, que quer instaurar o procedimento para apurar o caso.
O investigado usou expressões pesadas durante a pregação como “agora é a hora de tomar as cordas de volta e dizer: pode parar, reseta! Mas Deus fala que não pode mais”. Em outro trecho, o pastor comenta “Ele [Deus] diz, ‘já meti esse arco-íris aí. Se eu pudesse, matava tudo e começava de novo. Mas prometi que não posso’, agora tá com vocês”.
Segundo o MPF, após a apuração dos fatos, medidas cabíveis serão encaminhadas para o caso.
O senador Fabiano Contarato (PT-ES) anunciou nesta segunda (3) que irá representar criminalmente Valadão , após as falas LGBTfóbicas do pastor bolsonarista.
“Por tudo que sou, pelo que acredito, pela minha família e por tudo que espero para a sociedade, não posso me calar diante do crime praticado por André Valadão”, escreveu o senador em suas redes sociais. “Vamos representar criminalmente no MPF para que ele responda por manipular a fé e incitar a violência”.
A deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP) também solicitou a prisão do pastor por sugerir que seus fiéis matassem pessoas LGBTQIAP+. A notícia-crime foi enviada nesta segunda ao Ministério Público de Minas Gerais (MP-MG), que vai analisar se aceita ou não a denúncia contra o pastor.
A parlamentar menciona outra denúncia enviada ao MP-MG no último dia 5 de junho contra o pastor, que realizou no dia anterior um culto com o tema “Deus Odeia o Orgulho”, em referência à população LGBTQIAP+.
Já Valadão, que está em Orlando, na Flórida, reagiu à denúncia. “Nunca será sobre matar pessoas, Deus nos livre deste terrível pecado”, declarou o pastor em vídeo publicado nas redes sociais, em que também se diz vítima de censura e “constrangimento”.